domingo, 8 de fevereiro de 2015

Arte Indígena

A turma 602 do CIEP 273 iniciou os conceitos de arte indígena através de um resumo da carta de Pero Vaz de Caminha, onde é descrito os índios Pataxós.

Como sugestão de atividade, os alunos desenharam um índio a partir desta descrição:


Modelo do texto usado:



Resumo da Carta de Pero Vaz de Caminha ao descrever um índio brasileiro

“(...) E o Capitão-mor mandou em terra  no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir  para lá,  acudiram pela praia homens, quando  aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens.
Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com  suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram.
Ali não pôde deles haver fala, nem entendimento de proveito, por o mar quebrar na costa. Somente deu-lhes um barrete
vermelho e uma carapuça de linho que levava na cabeça e um sombreiro preto. Um deles deu-lhe um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de penas vermelhas e pardas como de papagaio; e outro deu-lhe um ramal
grande de continhas brancas, miúdas, que querem parecer de aljaveira, as quais peças creio que o Capitão manda a Vossa Alteza, e com isto se volveu às naus por ser tarde e não poder haver deles mais fala, por causa do mar.
E estando Afonso Lopes, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos,  por mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meteu-se logo no esquife a sondar o porto dentro; e tomou dois daqueles homens da terra, mancebos e de bons corpos, que estavam numa almadia. Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; e na praia andavam muitos com  seus arcos e setas; mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos  com muito prazer e festa.
A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas  vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos  brancos e verdadeiros, de comprimento
duma mão travessa,  da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber.
Os cabelos seus são corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta, mais que de sobrepente, de boa grandura e rapados até por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da solapa, de fonte a fonte para detrás, uma espécie de cabeleira de penas de ave amarelas, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe cobria o toutiço
e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena e pena, com uma confeição branda          como cera  (mas não o era), de maneira  que a cabeleira ficava mui redonda e mui basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar. (...)”


A partir deste momento estudamos sobre a cultura indígena brasileira, com ênfase no povo Pataxó.

Aula em ppt:
https://www.sendspace.com/file/n8vzkf

E propus a montagem de um traçado com jornal imitando a cestaria indígena pataxó e sua pintura. Vejam os resultados.





Modelo para inspiração das pinturas:

Modelo para produção do desenho:

Os alunos adoraram e em casa testaram tintas naturais à base de urucum. Foram bem legais essas aulas!


Nenhum comentário:

Postar um comentário